Leia, leia, leia mais!!!

Saturday, December 16, 2006

Aqui no meu canto obscuro,é neste escuro onde escondo meus segredos que vou lhe mostrar. Contar todas as minhas lágrimas. De repente elas inundam meu pensamento, dissolvendo o sorriso que antes havia. No meu rosto molhado grudam todas as minhas culpas.Quem cutuca cova encontra com o morto. E muitas vezes esses defuntos fedem, fedem mais do que qualquer coisa. Esse estado putrefante me consome. O meu brilho agora é fosco. Em que espelho ficou perdido a minha face? O cheiro dos mortos é forte, pois eles ainda continuam vivos. A ressurreição.Meus ouvidos zumbem. Meus olhos choram. Meus dentes roçam. Meu coração apanha. Ensina-me todas as tuas alegrias que eu te faço conhecedor de minhas dores. Mas nunca mais saberei vivenciar a alegria que sei que sentes, alegria da minha saudade. Não estou conseguindo transformar esse milho duro que sou eu em pipoca. Milho sofredor este, esquecido que dentro de si próprio encontra-se uma flor branca. Passar pelo fogo dói demais. Caminhando por estes caminhos tortos, comecei acertando. Aprendi o valor da vida, cada dia mais entendo que lugar ocupo nesse mundo de meu Deus. Aprendi com as pessoas sofredoras que elas também sofrem igual a mim. Aprendi que viver pode ser um paraíso, mas pode ser também que somente com muita dor. Eu penso no futuro e tenho medo. A consciência de minha solidão de bicho solto me dá medo. Os caminhos são ora pedra, ora espinho. Engulo sapos enormes, estrangulo meus gritos roucos pela cidade. Me identifico com os doentes. Já ouviu falar de bruxismo? Eu rango os dentes.Minha coragem se esvai em choro. Meu grito não ecoa pelo labirinto. Labirinto surdo, não vibra o meu clamor.O que fazer se não me compreendes? O meu povo foi ficando cinza, opaco, triste e retraído, complexado. Estressado, confuso, louco, violento, viciado, vendido, oco. Não se sabe mais do valor de carinho. Quem sabe você sinta saudade da minha tristeza calada. Quem sabe você alguma hora passe pra mim o microfone para que eu rasgue minhas cordas contando meu ser. O que há de ser desenterrado. Pobre defundo. Podre defundo. Defunto morto vivo sem coração. O coração do morto foi engolido e sobe guela acima a cada coaxada que os sapos que moram na minha barriga dão. Seu arroto não importa se ainda trazes de herança aquela mesma velha história. Nós não valemos nada. Eu não valho nada. Não quantifique meu amor, a minha amizade, meu companheirismo. Compre para você o espelho em que ficou perdida a minha face. Quem sabe dessa forma compreendas o brilho oculto de uma estrela abafada.Estrela que apanhou, apanhou até que diminuisse seu brilho.Sou uma flor do mato, sem cheiro, sem importância.

Tuesday, December 05, 2006

O dotô dos dois haréns

João Rubens cordelista recebeu
No dia do seu parabéns,de presente, dois haréns.
Um deles, ao paraguayo ele deu.
O que ele fez com o outroa perspicácia de imaginar tu tens.

Querendo logo experimentar o presente que lhe foi dado
tomou catuaba com amendoim
para que, mesmo cansado,
demorasse o fim.

Esse hômi ficou muito afoito
chegando na casa das rapariga
doido pra molhar o biscoito
e depois curtir a fadiga.

Onde está a latrina?
Foi embora toda a adrenalina,
quando de repente lhe doeu a barriga.

Monday, December 04, 2006


Céu - Roda Céu

O silêncio é a maior arma
Mata pra qualquer lugar
To na área,
Deslizando,
Num concreto a recortar

O horizonte ali adiante
Tomou forma geométrica
E o que era importante
Tive que memorizar

Sem problema,
To ligeira
Já bem sei remediar
Minha voz é o que me resta e rapidinho
Vai ecoar

Pelo vale, na Pompéia
De Caymmi eu ouço o mar
Villa Lobos, a floresta
Hoje eu vou sacolejar

Caiu na roda,
Ou acorda,
Ou vai rodar!

Consciência, a maior arma
Mata pra qualquer lugar
To na área deslizando
Num concreto a recortar

O horizonte ali adiante
Tomou forma geométrica
E o que era importante
Tive que memorizar

Sem problema,
To ligeira
Já bem sei remediar
Minha voz é o que me resta e rapidinho
Vai ecoar

Pelo vale, na Pompéia
De Caymmi eu ouço o mar
Villa Lobos, a floresta
Hoje eu vou sacolejar

Caiu na roda,
Ou acorda,
Ou vai rodar!


A borboleta-coruja tem esse nome por assemelhar-se à cara de uma coruja, com seus grandes olhos abertos. Isso funciona como uma
defesa eficiente contra predadores. Os olhos em suas asas servem para enganar seus predadores: podem simular um animal maior, assustando o predador, ou desviar sua atenção da cabeça, levando-o a atacar a ponta das asas, enquanto a borboleta foge.

Enquanto lagarta, comia todas as folhas vorazmente. Algumas folhas faziam ela se saciar, outras a faziam viajar, outras a faziam refletir..No casulo não queria mais saber de comida, e pensou por dias e dias sobre a sua próxima vida, de borboleta. Quantos jardins para visitar, quantas flores para beijar. Enfim, chegou a hora da borboleta voar. Abriu as suas duas asas belíssimas, borboleta especial aquela. Tinha dois olhos pintados em suas asas. Vigilante, sobrevoava rapidamente, batendo suas leves asinhas. Até que um dia ela viu de longe uma planta muito doce. Seu néctar viscoso brilhava de longe. Que flor será aquela? Tão chamativa.. No momento em que a borboleta pousou na flor, ela se fechou. As suas asinhas estalavam no momento em que se quebravam. Os dois olhos foram furados. E a borboleta cega confundiu flor com planta carnívora.

Monday, November 27, 2006

Aqui inicio invocando todos os seus bons pensamentos. Os ventos uivantes balançam os bambus, a coruja pia, lá no céu de ébano a lua cresce, transbordando boas energias celestes.
A anciã implora por meu desprendimento. Pego a minha vassoura e faço uma faxina geral. Às vezes fica alguma sujeirinha nos cantinhos, aquelas sujeirinhas difíceis de tirar. Mas só nota quem realmente as procura. Aqui existem coisas lindas e mais fáceis de ser vistas. Uma pedrinha verde no meio da sala, uma estrelinha que insite em brilhar. Conseguirei eu retirar da minha mente todos os maus pensamentos? Não acreditar nas bocas que maldizem? Confiar nos olhos, eis a minha resposta. Olhos meus que lacrimejam, olhos seus que aqui enxergam.
Com meus erros nunca esquecidos e não repetidos eu aprendo. Vem chegando a era dos acertos. Assim é inciado meu despertar.
Dia 31 de janeiro faço vinte e um anos. Sete anos três vezes. Assim é iniciada mais uma sétima da minha vida, uma nova era de libertação, força e desprendimento. É chegada a hora de jogar fora tudo o que eu não preciso. A experiência eu carrego dentro da minha mente. O espaço que ela preenche está sendo limpo e esvaziado.
E então é chegada a hora da compreensão, da paciência, da direção, da introspecção. Auto-conhecimento. O re-conhecimento da minha essência, que já estava ficando esquecida aqui dentro. Amanda nunca morreu, estava apenas escondida, esperando a hora do reflorescimento, reflorestamento.
Sou cheia de bichos, alguns venenosos, outros carinhosos. Árvores altíssimas, frondosas, e também plantas rasteiras. Araras com as suas penas de todas as cores me emprestam a sua beleza para que eu possa me enfeitar. As frutas matam minha sede e as plantas me fazem transcender. Minha tribo é da floresta, e é na minha floresta essencial que eu encontro a paz.
Uma composição de Vinícius de Moraes e Toquinho:

A Corujinha

Corujinha, corujinha,

Que peninha de você.
Fica toda encolhidinha
Sempre olhando não sei quê.
O seu canto de repente
Faz a gente estremecer.
Corujinha, pobrezinha,
Todo mundo que te vê
Diz assim, ah, coitadinha,
Que feinha que é você.

Quando a noite vem chegando
Chega o teu amanhecer.
E se o sol vem despontando
Vais voando te esconder.

Hoje em dia andas vaidosa,
Orgulhosa como o quê.
Toda noite tua carinha
Aparece na TV.

Corujinha, corujinha,
Que feinha que é você.

Sunday, November 26, 2006

A menina paranóica sabe se calar diante dos acontecimentos?
A menina paranóica sabe se calar adiantes os acontecimentos!
A menina paranóica sabe se calar desejando os acontecimentos?
A menina paranóica sabe se calar latejando, esperando acontecimentos.
A menina paranóica sabe se portar diante dos acontecimentos?
A menina paranóica sabe perguntar sobre os acontecimentos?
A menina paranóica consegue se queixar por falta de acontecimentos.
A menina paranóica vai te entediar com estes acontecimentos.
A menina paranóica vai continuar a te desejar apesar dos acontecimentos?
A menina paranóica sabe esperar os acontecimentos.
A menina paranóica sabe se calar diante dos acontecimentos?
A menina paranóica sabe explicar sobre os acontecimentos?

Sei lá.

Saturday, November 25, 2006




















O lamento da coruja


Aqui jazem os beijos espalhados.
Assassinados aos pedaços,
tristemente enterrados.

Retaliação,
retalhação,
destroços.
Desforra!

O ruído da voz puída
adentrando o labirinto inflamado
não o fez achar a saída.
Caminho perdido,
incompreensível.

Sem dó
a ré sol fá lá aqui
tudo que tem a dizer.

- Teu falo falho me dá asco.
A menina estrábica vomitou.

Talhando
culpas perfeitas,
caolha e banguela
a me-nina mais uma vez
se perde, des-espera
que o pio da rasga-mortalha
não cante mais uma vez
a morte do amor.

















Meu primeiro amor foi embora aos 14 anos. O primeiro amor da vida de uma menina. Como podes esquecer? Pai, afasta de mim esse calice. Me nina..
Aqui está muito frio.
Minha mão fria, semi-morta, toca na tua face quente, febril. Seu fogo me consome. Ardo sem dor, pois o seu calor picante me salva. Não salvou. Quem sabe ainda.
Dor de cotovelo é ciúme. Tricotei umas luvas bem bonitas e quentes para me guardar.

About Me

Amanda querer-te pede ou dita? Amandita.