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Saturday, May 24, 2008

Ofélia

Na infância feijões mágicos,
tapetes voadores,
animais alados,
ogros aterrorizadores.

Na adolescência
ela espera o namorado na janela
com paciência
e o olho molhado escorre um pingo de lágrima
pela face
quem sabe ela se cale
enquanto ele cavalga pelo deserto,
decerto correndo atrás de sua quimera.

Seu lírio róseo, fechado
embebida pelos sonhos
da bela adormecida
enquanto os Irmãos Grimm escrevem
ela se mexe e repele todos os adversários
d´ele.

No seu feliz aniversário ele vem
e a cumprimenta com anseio
mamando sua própria mãe no peito
a espera do belo fim
onde eles se casam
e ele caça um coelho
o assa, e depois tira o cabaço.

Lençol branco pintado de sangue vermelho
faces rubras e febris
cerejas pendentes no colo
um copo de gim na cabeceira
e na penteadeira ela serpenteia
nua, crua, lua...

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Amanda querer-te pede ou dita? Amandita.